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COP26: principais resultados e oportunidades financeiras

Atualizado: 18 de jul. de 2022

Saiba o que realmente foi alcançado no pacto de Glasgow para o clima e confira uma análise sobre as oportunidades financeiras que se abrem com a necessidade de adaptarmos nossas indústrias para o novo cenário


COP26: principais resultados e oportunidades financeiras para o futuro

Depois de quatorze dias de conversas em Glasgow, na Escócia, o pacto de Glasgow para o clima foi assinado por 200 países.


Mas afinal, o que foi decidido na 26ª Conferência das Partes sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP26)?


Confira um resumo com os principais resultados da conferência, além de uma análise sobre as oportunidades tecnológicas e financeiras que se abrem com a necessidade de adaptarmos nossas indústrias para o novo cenário climático.



Relatório final: o que realmente foi alcançado na COP26?


Alguns dos resultados mais importantes da COP26 tocam em pontos fundamentais do combate às mudanças climáticas: dinheiro, desmatamento e corte das emissões poluidoras.


1. Carvão


O pacto de Glasgow foi o primeiro a sequer mencionar o termo "combustíveis fósseis", como o carvão e o petróleo, considerados os maiores vilões do aquecimento global.


No entanto, a linguagem contra o uso de combustíveis fósseis foi “atenuada” no último minuto para uma promessa de “reduzi-lo gradualmente”, em vez de “eliminá-lo gradualmente”.


De qualquer forma, é muito mais do que os países vinham fazendo até agora e, portanto, um sinal claro de que as coisas devem mudar.


2. Metano


Mais de 100 países concordaram em reduzir suas emissões de metano, algo também inédito e mais um sinal de que é chegada a hora de lidar com as emissões de gases poluentes – no caso deste, ainda mais potente do que o CO2.


3. Regras para o mercado global de carbono


Regras para o comércio internacional de carbono, que prevê a negociação de créditos entre países com base na quantidade de emissões feitas ou evitadas de CO2 na atmosfera, eram há muito tempo pedidas e esperadas.


Esse mercado, até então, não era regulado. As novas normas trazem maior clareza e padronizações, o que deve ajudar a reduzir as emissões, embora alguns ativistas tenham alertado de que ainda não são rígidas o suficiente.



4. Desmatamento


Logo nos primeiros dias de conferência, foi firmado um pacto sobre o desmatamento que pode realmente fazer uma diferença, já que todas as nações importantes para o seu sucesso o assinaram, incluindo Brasil e China.


O acordo para a proteção de florestas tem como meta zerar o desmatamento no mundo até 2030, e prevê US$ 19,2 bilhões em recursos públicos e privados para ações ligadas à preservação, combate a incêndios, reflorestamento e proteção de territórios indígenas.


5. Acordo entre China e EUA


A maior surpresa de Glasgow foi um acordo entre os dois maiores emissores de gases do efeito estufa do mundo: China e EUA.


Embora nenhuma ação concreta tenha sido estabelecida, a dupla pelo menos aceitou trabalhar em conjunto, a despeito do impasse diplomático mais amplo.


6. Perdas e danos


No Acordo de Paris, em 2015, os países ricos prometeram um fundo de US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 para os países mais vulneráveis a mudanças climáticas. Porém, esse financiamento ainda não foi colocado em prática.


Na COP26, houve um reconhecimento oficial de que esses países precisam de fato receber ajuda financeira. Ainda que sejam responsáveis por pouquíssimas emissões de gases estufas, já estão pagando a conta pelas grandes emissões de países mais ricos e sofrendo com eventos climáticos extremos como secas, ondas de calor e nível do mar elevado.


Infelizmente, no entanto, os detalhes dessa ajuda foram deixados para serem resolvidos somente na COP27, a ser realizada no Egito ano que vem.


Os países ricos notadamente não aceitaram a proposta dos países vulneráveis para a criação de um mecanismo específico para reparar os danos causados por efeitos devastadores, chamado de "perdas e danos", dispondo-se apenas a analisar pedidos de indenizações a médio prazo.



7. O papel dos bancos


O ex-presidente do Banco da Inglaterra, Mark Carney, persuadiu bancos, investidores e seguradoras – que juntos representam US$ 130 trilhões em ativos - a “descarbonizar” seus negócios.


O mercado financeiro é uma ferramenta poderosa na luta contra as mudanças climáticas, então essa é uma excelente notícia.


Entretanto, a lista não inclui os três maiores bancos do mundo, todos chineses e grandes fornecedores de financiamento a negócios que utilizam carvão.



Oportunidades financeiras: como o mercado pode reagir à COP26?


De acordo com Tim Quinson, colunista da Bloomberg, há muita oportunidade financeira no mercado da adaptação climática.


Adaptação climática é o processo de ajustar nossa existência – o que inclui o funcionamento de nossas indústrias - às mudanças ambientais atuais ou esperadas.


Até agora, o investimento tem se concentrado na mitigação dessas mudanças, por exemplo, em áreas como a energia renovável.


O próximo passo deve englobar inovações variadas, de dispositivos energeticamente eficientes a comportas para proteger cidades litorâneas e tecnologias de contenção da propagação de incêndios.



Para que isso ocorra, no entanto, não podemos contar apenas com dinheiro governamental.


Depois de muitas horas de negociações, o pacto climático de Glasgow fez um apelo para os países ricos “pelo menos dobrarem” o valor investido em adaptação climática até 2025, o que significa cerca de US$ 40 bilhões por ano pelos próximos três anos.


No entanto, um relatório recente da ONU mostrou que os custos anuais de adaptação nos países em desenvolvimento são atualmente estimados em cerca de US$ 70 bilhões.


Ou seja, o número, além de não ser suficiente, é também improvável, tendo em vista que os países ricos não estão pagando nem o que combinaram de início.


Por outro lado, muitos executivos do mercado financeiro, como a firma de investimentos Wellington Management Co., esperam que a demanda por soluções de adaptação climática aumente significativamente.


Para os investidores, isso significa apoiar as empresas que estão criando essas soluções de que tanto necessitamos.


Quinson acredita que isso ainda não aconteceu devido a um foco tradicional no lucro de curto prazo.


Uma vez que gestores de fundos tendem a ser avaliados quanto a seu desempenho dentro de um, três ou cinco anos, muitos presumiram (incorretamente) que as consequências da crise climática demorariam mais para aparecer – e render.


O novo relatório da Wellington Management, contudo, indica que os investimentos em adaptação climática podem servir de proteção (hedge) contra essa exposição no futuro próximo.


Além disso, analistas do Bank of America previram que o mercado de adaptação climática dobrará a US$ 2 trilhões por ano nos próximos cinco anos.


No final das contas, tudo vai depender de uma mudança de perspectiva, que pode ser tanto rápida quanto lenta demais para colher os bons frutos dessas novas oportunidades.


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